Uma das ilusões mais arraigadas do 'estar humano' são os relacionamentos amorosos.
No sentido de serem os portais que mais revelam as nossas faltas, dores e projeções egoicas.
São também os maiores vórtices de idealização e de catarses emocionais.
Nos relacionamentos, todos os nossos aspectos mais sombrios vem à tona, vem à Luz que Somos para serem integrados.
E, ao mesmo tempo, através deles nos conhecemos e transcendemos a nossa mente-personalidade.
O convite aqui é para olhar, amorosamente, para o que, de fato, nos conecta ao outro.
Olhar para os nossos medos e todas as suas derivações.
Como o medo da solidão, medo de não ser aceito e amado, ciúmes, possessividade, jogos de poder, carência afetiva e sexual, submissão, abusos, arquétipos como provedor-pai da parceira ou salvadora-mãe do parceiro, etc.
E até mesmo mecanismos mais sutis como a romantização espiritual, autocobrança de despertar o outro, passividade, estagnação, relação por status ou conveniência, compromissos morais e religiosos, pena da condição do outro, etc.
Quando nos relacionamos a partir de nossa mente-passado, estas e outras questões podem se apresentar como um processo natural da Vida e do Despertar.
Não há nada de errado. O ponto é que podemos ir além dos papéis que incorporamos e destas emoções densas.
Podemos usar todos estes aspectos para expandir a nossa Consciência e encontrarmos o Equilíbrio Interior.
Ou melhor, perceber que a própria Vida está fazendo isso.
Nos convidando a todo instante para nos libertarmos das limitações e da ilusão da separação.
Quando começamos a ver as prisões, já estamos a caminho da Liberdade.
O que, muitas vezes, inclui a coragem de encarar o término de uma relação que já cumpriu o seu propósito, que já não te leva mais a crescer.
Podemos e devemos sair do sofrimento que fomos acreditando ser normal e que nos faz merecer menos do que realmente merecemos.
E esta travessia da dependência à Liberdade, inclui a inevitável dor da "desromantização". Ou seja, abrir os olhos para ver além do que virou costume e conformismo.
Para o ego, um salto no escuro.
Pois, não se trata apenas de uma relação que acaba, mas de todo um investimento de energia mental naquela história.
São muitas expectativas, sonhos e ideais que se dissolvem juntamente com a ruptura.
É uma parte nossa que morre, intensamente.
Mas, após a vivência deste luto interno, é também outra versão nossa que renasce.
Mais íntegra, plena e livre.
Retornamos novamente a nós mesmos.
Nos ancoramos no Amor que Somos.
Aprendemos a nos bastar.
Afinal, relacionamento é para somar e não para preencher lacunas.
Relacionamento na Era do Agora é baseado no Amor e não no medo.
Não no amor romântico, mas no Amor como Essência e Verdade de cada Um.
É o compartilhar da Liberdade individual.
É para ser leve, espontâneo e expansivo.
Assim como É o nosso Ser.
Texto: Valéria Centenaro
Instagram: @valeria.centenaro
Arte: Erica Wexler
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