domingo, 12 de dezembro de 2010

Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes


Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes é um livro administrativo (alguns consideram como sendo de auto-ajuda) do consultor Stephen R. Covey. O livro é resultado de pesquisa feita em duzentos anos de públicações sobre sucesso (de 1350 a 1299) que vão desde biografias a simples manuais e livros de auto-ajuda.
Foram vendidas mais de 15 milhões de cópias (ISBN 0-671-70863-5) em trinta e oito idiomas desde a sua primeira publicação em 1989 e foi eleito pelos leitores da revista Chief Executive como o livro mais influenciador do século vinte. Devido a sua grande popularidade, Stephen conquistou grande destaque na sua carreira como escritor, conferencista e consultor, sendo convidado para muitos eventos e workshops.

O livro lista sete princípios que, se estabelecidos como hábitos, devem ajudar a pessoa a atrair a verdadeira interdependência efetiva. Stephen argumenta que ela é atingida por meio do alinhamento à princípios da "Ética do Cárater", que ele acredita serem universais e atemporais, ao contrário da "Ética da Personalidade", algo que ele vê como prevalecentes em muitos livros modernos de auto-ajuda.

Os Sete Hábitos são:

Hábito 1: Ser Proativo;

Hábito 2: Começar com o Objetivo em Mente;

Hábito 3: Primeiro o Mais Importante;

Hábito 4: Pense Ganha-Ganha;

Hábito 5: Procure Primeiro Compreender, Depois ser Compreendido;

Hábito 6: Criar Sinergia;

Hábito 7: Afinar o Instrumento.

Você poderá aprender um pouco mais sobre os 7 hábitos através dos videos postados no blog e PDF no link abaixo:
 
7 Hábitos PDF

Hábito 1 - Seja Proativo

Hábito 2 - Comece com o objetivo em mente

Hábito 3 - Primeiro o mais importante

Hábito 4 - Pense ganha ganha

Hábito 5 - Procure Primeiro Compreender, Depois ser compreendido.

Hábito 6 - Crie Sinergia

Hábito 7 - Afine o Instrumento

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Quintal Experimental Arte Bar











Quintal Experimental Arte Bar


De Sexta a Domingo um ótimo ponto de encontro para o seu Happy Hour.
- Noites de Sexta: BLUES com Bruno, Daniel, Marcelo e Waldema.

Rua Dr. Enéas de Lucena, 139 - Rosarinho

http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=8543915050567825043

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Orgulho e Vaidade

Procuremos, agora, ilustrar, entre os defeitos que mais comumente manifestam-se em nós, o orgulho e a vaidade. Busquemos tranqüilamente conhecê-los, tão profundamente quanto possível, sem mascarar os seus impulsos dentro de nós mesmos. Entendamos que a tolerância começa de nós para nós mesmos. Assim, o nosso trabalho de prospecção interior é suave, e não podemos nos maldizer ou nos martirizar pelos defeitos que ainda temos. Vamos, então, trazer aos níveis de nossa consciência aquelas manifestações impulsivas que nos dominam de certo modo, e que, progressivamente, desejamos controlar.
Vejamos, então, como identificar em nós o orgulho e a vaidade.

Orgulho

As principais reações e características do tipo predominantemente orgulhoso são:
  1. Amor-próprio muito acentuado: contraria-se por pequenos motivos;
  2. Reage explosivarnente a quaisquer observações ou críticas de outrem em relação ao seu comportamento;
  3. Necessita ser o centro de atenções e fazer prevalecer sempre as suas próprias idéias;
  4. Não aceita a possibilidade de seus erros, mantendo-se num estado de consciência fechado ao diálogo construtivo;
  5. Menospreza as idéias do próximo;
  6. Ao ser elogiado por quaisquer motivos, enche-se de uma satisfação presunçosa, como que se reafirmando na sua importância pessoal;
  7. Preocupa-se muito com a sua aparência exterior, seus gestos são estudados, dá demasiada importância à sua posição social e ao prestígio pessoal;
  8. Acha que todos os seus circundantes (familiares e amigos) devem girar em torno de si;
  9. Não admite se humilhar diante de ninguém, achando essa ati­tude um traço de fraqueza e falta de personalidade;
  10. Usa da ironia e do deboche para com o próximo nas ocasiões de contendas.
Compreendemos que o orgulhoso vive numa atmosfera ilusória, de destaque social ou intelectual, criando, assim, barreiras muito densas para penetrar na realidade do seu próprio interior. Na maioria dos casos o orgulho é um mecanismo de defesa para encobrir algum aspecto não aceito de ordem familiar, limitações da sua formação escolar-educacional, ou mesmo o resultado do seu próprio posicionamento diante da sociedade da imagem que escolheu para si mesmo, do papel que deseja desempenhar na vida de “status”.
E preferível nos olharmos de frente, corajosamente, e lutar por nos­sa melhora, não naquilo que a sociedade estabeleceu, dentro dos limites transitórios dos bens materiais, mas nas aquisições interiores: os tesouros eternos que “a traça não come nem a ferrugem corrói! “.

 

 Vaidade

A vaidade é decorrente do orgulho, e dele anda próxima. Destacamos adiante as suas facetas mais comuns:
  1. Apresentação pessoal exuberante (no vestir, nos adornos usados, nos gestos afetados, no falai demasiado);
  2. Evidência de qualidades intelectuais, não poupando referências à própria pessoa, ou a algo que realiza;
  3. Esforço em realçar dotes físicos, culturais ou sociais com notória antipatia provocada aos demais;
  4. Intolerância para com aqueles cuja condição social ou intelectual é mais humilde, não evitando a eles referências desairosas;
  5. Aspiração a cargos ou posições de destaque que acentuem as referências respeitosas ou elogiosas à sua pessoa;
  6. Não reconhecimento de sua própria culpabilidade nas situações de descontentamento diante de infortúnios por que passa;
  7. Obstrução mental na capacidade de se auto-analisar, não aceitando suas possíveis falhas ou erros, culpando vagamente a sorte, a infelicidade imerecida, o azar.
A vaidade, sorrateiramente, está quase sempre presente dentro de nós. Dela os espíritos inferiores se servem para abrir caminhos às perturbações entre os próprios amigos e familiares. É muito sutil a manifestação da vaidade no nosso íntimo e não é pequeno o esforço que devemos desenvolver na vigilância, para não sermos vítimas daquelas influências que encontram apoio nesse nosso defeito. De alguma forma e de variada intensidade, contamos todos com uma parcela de vaidade, que pode estar se manifestando nas nossas motivações de algo a realizar, o que é certa­mente válido, até certo ponto. O perigo, no entanto, reside nos excessos e no desconhecimento das fronteiras entre os impulsos de idealismo, por amor a uma causa nobre, e os ímpetos de destaque pessoal, característicos da vaidade.


A vaidade, nas suas formas de apresentação, quer pela postura física, gestos estudados, retórica no falar, atitudes intempestivas, reações arrogantes, reflete, quase sempre, uma deformação de colocação do indivíduo, face aos valores pessoais que a sociedade estabeleceu. Isto é, a aparência, os gestos, o palavreado, quanto mais artificiais e exuberantes, mais chamam a atenção, e isso agrada o intérprete, satisfaz a sua necessidade pessoal de ser observado, comentado, “badalado”. No íntimo, o protagonista reflete, naquela aparência toda, grande insegurança e acentuada carência de afeto que nele residem, oriundas de muitos fatores desencadeados na infância e na adolescência. Fixações de imagens que, quando criança, identificou em algumas pessoas aparentemente felizes, bem sucedidas, comentadas, admiradas, cujos gestos e maneiras de apresentação foram tomados como modelo a seguir.
O vaidoso o é, muitas vezes, sem perceber, e vive desempenhando um personagem que escolheu. No seu íntimo é sempre bem diferente daquele que aparenta, e, de alguma forma, essa dualidade lhe causa conflitos, pois sofre com tudo isso, sente necessidade de encontrar-se a si mesmo, embora às vezes sem saber como.
O mais prejudicial nisso tudo é que as fixações mentais nos personagens selecionados podem estabelecer e conduzir a enormes bloqueios do sentimento, levando as criaturas a assumirem um caráter endurecido, insensível, de atitudes frias e grosseiras.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Amor próprio

 
Responda honestamente a você mesmo (a):
 Você gosta incondicionalmente de você?
É feliz na sua vida como ela está?
Faz todas as coisas que lhe fazem bem?
Procura tomar sempre  decisões em favor de sua felicidade? 
Logicamente que a maioria das respostas será  "não".  Se uma pessoa não se ama,  não procura fazer sua própria felicidade, não conseguirá jamais amar verdadeiramente outra pessoa. Como pode dar algo que não tem?
Uma pessoa pode dizer que ama outra pessoa, mas o que acontece é que ela  deve estar apenas apaixonada e paixão é bem diferente de amor, deve estar querendo amor de verdade, mas não consegue.
Dentro da aura de cada um existe um campo magnético que produz o magnetismo do amor.
Quando a pessoa se ama de verdade, esse campo magnético começa a irradiar um fluxo de energia especial, que se expande sobre todas as pessoas de seu convívio, até mesmo alguém que você não conheça, quando se lhe aproxima sente um calor ou um sentimento de amor, sente vontade de ficar ao seu lado, de conversar, estreitar laços de amizade.
Este encontro magnético acontece porque existe em você um fator de atração do Amor Próprio, e este só acontece quando alguém irradia telepáticamente e, logicamente, só conseguirá irradiar esta energia se realmente o estiver sentindo.
É por esta razão que muitas vezes algumas pessoas não se sentem bem ao lado  de outras,  e, dependendo da situação, considerando a falta de conhecimento, é comum pensarem  que essas outras  podem estar "evitando" .  Elas  não estão evitando no sentido literal da palavra; o que acontece é que estão sem nenhum Amor Próprio e, desta forma,  irradiam ao espaço esta sensação de negatividade.
Uma pessoa que não se ama não está preparada para atrair a pessoa certa no amor e, quando atrai alguém, certamente será a pessoa errada e futuramente verá o erro que cometeu. O despreparo acontece quando não há flexibilidade, não estão abertas a mudanças ou não tem vontade de mudar, não aceitam outros pontos de vista e opiniões que a façam evoluir e ficam presas a valores que certamente são nocivos ao seu desenvolvimento pessoal. Muitos querem encontrar a sua verdadeira Alma Gêmea, mas como, se não existe o principal dentro dela, amor próprio ? 

Toda pessoa que não se ama, pelo seu magnetismo pessoal, acaba atraindo também pessoas com mesma característica, e,  devido a esta atração começam a acontecer problemas em relação à afetividade. Acabam sempre dividindo mágoas e ressentimentos.
Nunca poderemos dar amor, ou sermos amados verdadeiramente, se não formos os primeiros a fazê- lo. E para isso precisamos aprender a nos nos dar amor.

E como é possível isso? Vejamos
Quem se ama de verdade evita pensar ou vivenciar o passado triste e, quando se lembra, mentaliza apenas como experiência para sua evolução, vê de forma fria e natural tudo o que aconteceu no passado, procura tirar proveito dos acontecimentos do passado.
Quem se ama de verdade,  mantêm  o controle emocional para  as desarmonias caírem sobre a sua Aura.
Quem se ama de verdade não espera ser compreendido, prefere compreender as pessoas de um modo geral, mantêm-se de bem com a vida e não se preocupa com a opinião alheia.
Não dá ouvidos às críticas, para que elas não evoluam.

Quem se ama de verdade não guarda raiva, rancor ou ressentimento, vê tudo a sua volta como se fosse um processo de auto-conhecimento, está sempre disposto a perdoar e compreender em qualquer situação.

Quem se ama de verdade não aceita sugestões negativas,  policia seus pensamentos e procura analisar cada um deles.

Quem se ama de verdade não se magoa, não fica chorando quando é magoada (o). não se entristece por qualquer razão, não perde o controle em qualquer situação e não se deixa levar por qualquer situação negativa. Quem se ama de verdade não tem medo da morte, das doenças, da pobreza ou falta de dinheiro, não sente medo, não se apega a nada.
Quem se ama sente coragem e segurança de sempre recomeçar, se for necessário, sem medo do desconhecido.

A importância de expressar os sentimentos

Vivemos sem agradecer as pessoas com quem convivemos no nosso dia a dia, agradecer pelos conselhos, agradecer pelo favor, agradecer pelo sorriso, agradecer pela alegria, agradecer a amizade, agradecer a sua existência... Mostrar que a pessoa é importante e que um dia se se for embora vamos sentir um nó na garganta, um enorme vazio!



Você pode ter pena de não o ter feito e agora o nó não se desenrola está preso e parece durar assim como as lágrimas que a qualquer momento parecem estar a cair ...

Não tenham medo de dizer que amam mesmo quando a pessoa não corresponde, não tenham medo de dar um abraço mesmo quando vão simplesmente passear pela rua, não tenham medo de mostrar o quanto a pessoa é importante, mesmo que seja dito todos os dias...

Esses gestos confortam nos se um dia a pessoa partir sem dizermos um último adeus...

Este é o poder do agora...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A Elegância do Comportamento


 Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no dia a dia.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas.

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores, porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se atende.

Oferecer flores é sempre elegante.
É elegante não ficar espaçoso demais.
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.
A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que “com amigo não tem que ter estas frescuras”.

Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la.

Educação enferruja por falta de uso.

E, detalhe: não é frescura.
É a elegância do comportamento. . .

Ser ou Ter, eis a questão ?

"A felicidade não provém de ter muito, mas sim, de ser muito. Pois sendo muito, evidentemente, possuirás tudo o que desejares". Com esta frase brilhante de Lourenço Prado, um estudioso do desenvolvimento humano, pode-se refletir sobre o tipo de objetivo que as pessoas têm ao longo da vida. É possível almejar situações distintas: ter ou SER, e ainda, ambas. Via de regra, boa parte da população deseja ter, coisas de um modo geral. E, para tal, despende-se uma enorme quantidade de energia, haja vista os esforços que são necessários para se concretizar os desejos freqüentes de consumo.
No entanto, quando a pessoa possui conhecimento, experiência e sabedoria, torna a aquisição das coisas em geral, muito mais fáceis. Ou seja, quanto mais somos, em inteligência e aplicabilidade da mesma, melhor planejamos e obtemos os resultados do que pretendemos na vida. E, aqui especialmente, incluem-se outros tipos de aquisição, além dos objetos: amizade, simpatia, adaptação, compreensão, admiração etc. Para tanto, precisamos muito mais SER do que ter.
A medida em que se avança nesta direção, cada qual a sua maneira, faz-se mais portas se abrirem. As pessoas que crescem em SER são percebidas em virtude de sua atmosfera atraente. Assemelham-se a um imã, cujo magnetismo atrai e prende. Desta forma, o seu jeito diferente de SER cria novas formas de se relacionar e, conseqüentemente, amplia-se as chances de ser mais bem aceito e admirado.
SER é um estado que dá trabalho também, todavia vale qualquer esforço, uma vez que se adquire algo permanente, e não passageiro como os objetos. Assim, tem-se um tesouro que atrai outras riquezas, com solidez e segurança. Além, é claro, de aumentar o desenvolvimento pessoal, a auto-estima, o poder social etc. Deseje as duas condições para si próprio, priorizando o que fundamenta a ordem das coisas: SER para ter.

Afinal ... O que é sucesso ?

Muitas vezes nos indignamos com tudo o que está acontecendo de errado com a gente . Ficamos perplexos com a suposta falta de sorte . Aliás , será que a sorte existe ? Quase sempre acreditamos que estamos fazendo tudo certo em nossas relações pessoais , em nossos comportamentos no cotidiano e achamos injusto o que o destino nos oferece . O contrário também acontece . A vida nos oferece todas as benesses e nós a decepcionamos . Agora uma coisa é certa . Para vencer na vida exige-se muita transpiração e um pouco de inspiração. De nada adianta o Ronaldinho só exibir jogadas de efeito , se ele não tiver uma condição física adequada para realizar as jogadas maravilhosas e logicamente terá que se empenhar muito para manter o mesmo nível de exigência em todos os jogos . Há pessoas que abrem o caminho no peito e na raça , quase sem nehum talento, mas chegam lá . Outros possuem um grande potencial, mas ficam paralisados , inertes . Talvez lhe faltem a oportunidade , esforço ou aplicação . Porém a palavra mágica para alcançar o sucesso seja : QUERER !!! Aí a gente pergunta : O que é o sucesso ? É ser milionário , é ser reconhecido pelos seus pares , pela sua comunidade, pelo seu patrão , pelo seu empregado ?

Opinião pessoal . Sucesso é você ser reconhecido pelo seu trabalho , por suas idéias . É ir dormir tranqüilo e acordar sereno , com as energias renovadas para mais uma conquista . Agora para perpetuar o sucesso ele tem que ser alicerçado na base forte e duradoura da ética . Exemplificamos : Trace um paralelo entre Ayrton Senna e Fernandinho Beira-Mar . Ambos sempre aparecereram na mídia como sucesso . Foram e são cobertos pelos holotofes . Embora o Ayrton Senna tenha morrido , a sua imagem se perpetua por todo o sempre . Já o Fernandinho , bem este simplesmente terá um aparecimento momentâneo . A diferença do sucesso sob a égide do respeito , da valorização do ser humano . é que ele é eterno . Detalhe importante . Não falei em dinheiro . Este com certeza virá na esteira do teu sucesso . Porque o caminho para o alcance da realização financeira , inveitavelmente será trilhado pleos vencedores . Concluindo, acredite . Você só terá sido um homem de sucesso , se após a tua morte , um grande número de pessoas sentirem a tua falta . Aí reside o segredo do sucesso .

O Princípio do Equilíbrio - Desrespeite-o e você sofre

Você já deve ter ouvido falar de pessoas que têm problemas com excesso de trabalho. Ou daqueles que têm problemas familiares ou de relacionamento. Talvez seja você mesmo que no momento esteja com alguma dificuldade relacionada ao corpo, à namorada ou namorado, ao cônjuge, à escola, ao trabalho.

Pode ser que também já tenha visto casas ou quartos mal cuidados. Ou carros. Ou ainda pessoas com aparência desleixada e maltratada.

Boa parte desses problemas tem sua origem na não-observação de um princípio universal: o Equilíbrio.


É princípio porque é uma lei, uma diretriz que regula e orienta comportamentos e decisões. É universal porque se aplica a tudo.

O Princípio do Equilíbrio afirma que, onde quer que várias partes formem um todo (um sistema), devemos prestar atenção e nos dedicar a cada parte, sob pena de que tanto as partes não atendidas quanto o todo sofram ou tenham problemas por isso. Por exemplo, se você estuda e tem 7 disciplinas e não se dedica devidamente a todas, isto irá afetar as disciplinas negligenciadas e todo o curso que está fazendo. Se você tem 2 filhos e dá mais atenção a um, o outro sofrerá por isso, seja no futuro próximo ou no longo prazo, e a família pode ser afetada pelo problema.

Ainda na família, há interesses que são de seus membros e outros da família em si. A tentativa de fazer prevalecer interesses individuais em detrimento dos familiares pode provocar desavenças e brigas. Se somente o interesse familiar predominar, os membros podem ser prejudicados. Entre casais, requerem o equilíbrio de fatores variados, atender as necessidades do casal de afeto, privacidade, comunicação, expressar sentimentos, satisfação, individual, familiar, social, espiritual, etc.

Como ser humano, você tem corpo, mente e espírito. Se você se dedicar muito ao corpo e ao espírito, esquecendo a mente, será forte, integrado e irá se dedicar a outras pessoas, mas com poucos conhecimentos e outros recursos racionais. Sua nutrição requer alimentos, ar e prazer (fique sem para ver). A alimentação por si requer variação para ser equilibrada.

Mesmo o desenvolvimento do corpo requer equilíbrio. Se você for para a academia e fizer peso para um só braço, ou desenvolver mais a parte muscular em detrimento da aeróbica, pode imaginar o que vai acontecer.

No nível mental, uma pessoa pode se desequilibrar dedicando mais atenção ao passado, às lembranças, e esquecer os planos. Pode ficar sonhando com futuros ou preocupando-se, e esquecer sua experiência. Ou pode ainda planejar e lembrar-se, esquecendo-se de estar no presente e usufruir das coisas boas que conquistou. E as pessoas que parecem que tomam decisões baseadas somente em emoçôes? Ou aquelas que parecem que são lógica pura? Tem também aquelas que só agem por necessidade, quando é preciso, enquanto que outras sabem temperar devidamente o "tenho que" com o "quero".

O desequilíbrio, como você pode ver, pode ocorrer em todos os níveis, do mais genérico ao mais específico, e portanto é crítico que saibamos lidar com eles, o que não é necessariamente complicado.

Observando o Princípio do Equilíbrio

Como se faz para observar o Princípio do Equilíbrio? A base disso é simples: identificar as áreas de sua vida, verificar quais estão equilibradas e quais estão desequilibradas, para estas definindo objetivos e ações. Se forem várias, cabe também uma priorização: mais importantes primeiro.

No nível pessoal, isto pode incluir uma atividade física, um curso ou treinamento de vez em quando e 10 minutos de meditação, por exemplo. No nível de relacionamento em geral, pode significar cuidar melhor de alguém ou tomar a iniciativa de fazer um contato. Na área familiar, pode ser uma simples decisão de estar com alguém por alguns minutos. As ações que mantém o equilíbrio podem ser muito simples. Alguns contextos, como o de tomada de decisão, podem requerer auto-conhecimento e auto-exploração, antes da elaboração (e devida prática) de alternativas.

O equilíbrio muitas vezes resulta do cultivo e prática de certos valores, como coooperação,  perdão e até hábitos perceptivos. Na etiqueta chinesa, conforme me foi apresentada, há uma tradição de cada um manter a xícara do outro cheia de chá. Isto faz com que as pessoas, além de praticar o cuidar, também treinem o hábito de olhar de vez em quando para o ambiente e para o outro, ao invés de manter a atenção exclusivamente em si: "Ai, que fome!"

Você já deve ter notado que o Princípio do Equilíbrio abrange múltiplas dimensões da nossa existência, e portanto não pode ser ignorado. Ignore-o e alguém vai acabar sofrendo, seja você ou alguém próximo a você. Deve ser por isso que recebemos um ensinamento que tem o equilíbrio como eixo: "Amai ao próximo como a ti mesmo".

Contextos de aplicação

A seguir, uma lista de sistemas e situações em que você pode aplicar o Princípio do Equilíbrio, incluindo as já mencionadas.

Pessoal

- Corpo, mente, espírito
- Aparência e conteúdo
- Físico, racional e emocional
- Cabeça, tronco, membros
- Passado (lembranças), presente (sensações, emoções) e futuro (planos)
- Nutrição (alimentos, ar, prazer)
- Alimentação (proteínas, carboidratos, etc.)
- Avaliação de qualidades e defeitos

Escola

- Dedicação às disciplinas (aluno ou professor)
- Participação em grupos de trabalho

Familiar

- Pais em relação a cada filho
- Trabalho, família, si mesmo
- Marido, esposa e filhos
- Dedicação à casa e ao prédio ou condomínio

Trabalho

- Liderança: Pessoas, Objetivos, Recursos
- Produção, capacitação, descanso
- Reuniões: oportunidades de fala; informação, deliberação e decisão
- Relacionamento com chefes, colegas e outras pessoas
- Necessidades pessoais e do trabalho

Social

- Cuidados pessoais, com os outros e com o ambiente
- Contribuição para o bairro, a cidade, o país


Conclusão
Uma senhora foi visitar parentes com um recém-nascido. Ao entrar na casa, estavam os pais, o bebê e a filha mais velha, de 4 anos. A senhora cumprimentou os pais e, ignorando o bebê no colo da mãe, foi saudar a menina, para só então dedicar sua atenção ao bebê. Em uma situação de desequilíbrio "natural", em que todas as atenções se voltam para o novo, essa senhora foi capaz de preservar o equilíbrio em relação à menina, o que considero um comportamento de grande sabedoria.

E quem quer um pouco mais de sabedoria e seus benefícios deve ter, com certeza, como parte do seu cotidiano, a intenção da busca por aquele pouco mais de equilíbrio, em cada momento e em cada dimensão importante da vida.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Alienação: Um instrumento religioso

A religião tem inicio no instinto humano, ou seja, no medo da morte, e por conseqüência no culto às divindades, com o intuito de manter com elas um relacionamento que os permita alcançar os favores por elas prometidos.

Esse sentimento também atingiu a sociedade moderna, mas com menos rigor e influencia, tendo modificado sistemas e ritos nas leis religiosas atuais. Essa mesma religião que fundara as sociedades antigas e as governou por muito tempo, igualmente moldou a alma humana e emprestou ao homem o seu caráter, isso ficou infundido de tal forma, que em nome dos deuses muitos crimes foram cometidos sob a batida do “cetro” religioso.

A alienação religiosa como tal ocorre na esfera da consciência, da interioridade humana, todavia, tem seus reflexos na vida real, pois foi à religião independente de sua ramificação que formou nosso caráter, nossa sociedade e nossa economia, e até hoje somos alienados pela sociedade também alienada, não forçadamente, mas construídas através do tempo nos mais diversos moldes.

O que mantem as pessoas alienadas a religião é o medo e a dúvida, medo do inferno, medo dos espíritos que vagueiam em nosso espaço, ora agindo a favor, ora perseguindo e perturbando o núcleo social. Medo também de Deus, por entender ser Ele o ser supremo e detentor do controle da vida e de tudo que existe. Os templos, sinagogas e mesquitas vivem lotados em função disso, vão lá mais por medo do que por amor.

Os discursos litúrgicos possuem conteúdos ameaçadores, “quem desobedecer às regras fica vulnerável aos males e maldiçoes do devorador”. Com isso os alienados contribuem por medo ou por interesse de adquirir bens matérias prometidos como resultado da contribuição.

Os grupos religiosos brincam com malas de dinheiro, dinheiro arrancado dos fies sob pretexto da manutenção da casa de Deus. Os sucessivos escândalos dizem o contrario com provas autenticas de patrimônios em nome dos caciques detentores do monopólio da religião.

O Fanatismo Religioso e a morte da inteligência

Dando uma olhada num jornal deparei-me com a manchete sugestiva: “FANÁTICA FEZ JEJUM PORQUE QUERIA VIVER NA ZONA SUL”. À primeira vista, quem lê, pode pensar que se trata de uma pessoa sem instrução ou despreparada intelectualmente. Contudo, ao ler mais atentamente a matéria, se é confrontado por fatos inusitados: Além de formada em teologia e cursar direito, a vítima, ainda falava dois idiomas além do português e era uma pessoa “viajada”.

É importante ressaltar, que instrução e inteligência são coisas completamente diferentes. E ao envolver-se religião no mesmo meio, fica muito mais difícil imaginar coisas mais antagônicas do que essas. Uma vez que, quanto mais inteligente e instruída uma pessoa for, teoricamente, mais capaz de julgar as diferenças entre o certo e o errado ela deve ser. Contudo, nesse raciocínio, deve-se levar em consideração que cerca de três por cento da população mundial sofre de algum problema mental. E isso, é uma estatística científica. Imaginando que o mundo tem mais de seis bilhões de pessoas; três por cento é bastante gente.

Quando ouvimos a palavra fanatismo, quase imediatamente, formamos a imagem mental de homens e mulheres com turbantes e burcas, apenas com os olhos de fora gritando a plenos pulmões: “Alláh!” – E explodindo-se no meio da multidão.

Puro preconceito. O fanatismo é arraigado no interior do homem desde que esse apareceu sobre a face da terra. Com o advento da religião, seja ela qual for, o fanatismo encontrou um terreno fértil para crescer e amadurecer; escondendo-se das mentes vigilantes por trás de dogmas e práticas aparentemente inocentes.

O muçulmano que se explode em nome de Alláh, o fiel católico que vira a cara ou instila seu ódio para praticantes de outras religiões, o “crente” que chuta imagens de santos ou invade centros de macumba, o umbandista que xinga ou lança maldições aos desafetos espirituais; enfim, todas essas formas de fanatismo estão por aí, bem perto de nós.

Quando o primeiro Neandertal percebeu que, dos pântanos e cavernas onde enterravam seus mortos, algo etéreo e brilhante se desprendia dos mortos e subia aos céus; sua mente, que não conseguia entender que eram apenas gases da decomposição se inflamando em contato com o ar (fogo fátuo), concebeu que aquilo era a centelha divina retornando ao seio do criador. Nascia o conceito de alma, que imediatamente depois, deu origem à idéia de um ser maior controlando tudo e, do qual, poderíamos obter benesses: Deus.

Ao mesmo tempo, ele percebeu que outras tribos ou famílias, que ainda não tinham atentado para esse “mistério”; não acreditavam nisso. Logo, eram inferiores a ele e precisavam ser “orientadas” a reconhecer esses “mistérios”. Quando alguns recusaram e ele foi obrigado a matá-los, pois eram uma ameaça, e obteve apoio para seus atos que, em qualquer outra situação, seriam condenados pela tribo, percebeu que matar em nome de Deus era aceitável. Daí para frente nascia o conceito de “guerra santa”. Desde então, nuca se matou tanto ou se fez tanto mal, quanto “em nome de Deus”.

Seja na baixada fluminense, seja no oriente distante, Deus é usado para inúmeras finalidades. De enriquecer facilmente, parasitando pessoas crédulas e despreparadas, até levar milhões a morrer por uma causa e, com isso, propiciar notoriedade, dinheiro e conforto para uma pequena minoria aproveitadora.

Mas do que uma vítima de problemas mentais graves, essa mulher, foi vítima da ignorância e da falta de cultura de sua própria família. Que, ao invés de perceberem que seu objetivo (jejuar para que Deus mandasse um emissário que os levasse para morar na Zona Sul) era irreal e anormal, fruto de algum problema de ordem mental; pactuaram e deixaram-se levar pela conduta fanática dela e, com isso, conseguiram apenas a morte e a destruição de sua própria família.

A história está repleta de exemplos de fanáticos que causaram apenas morte e destruição com suas visões distorcidas de Deus. Além da fé e da dedicação, deve sempre haver o bom senso. Deus e o diabo vivem dentro de nós e esse é o real campo de batalha. Antes de seguir, cegamente, o que diz seu padre, seu pastor, seu pai de santo, seu mulá, ou seja lá qual denominação tenha o sacerdote da fé que você professa; tenha em mente e analise se você faria o que ele pede; se fosse um estranho que acabou de encontrar na rua. Deus, mais do que qualquer outra coisa deu-nos um cérebro e inteligência. E, em sua infinita sabedoria, deu meios para que nos desenvolvêssemos e aprendêssemos como usá-los. Não cometa um sacrilégio e nem envergonhe seu Deus: Pense.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Budismo e Cristianismo, semelhanças e diferenças


O propósito deste estudo é ampliar o conhecimento dos leitores sobre as semelhanças e dessemelhanças entre estes dois caminhos de espiritualidade: budismo e cristianismo, possibilitando alargar as possibilidades de diálogo e entendimento. Pretende-se também, sem maiores pretensões, contribuir para o grande debate sobre o que é bom para o homem, não só de forma pragmática ou positivista, mas fundamentalmente; não só de maneira filosófica ou abstrata, mas existencial e concreta; não só de forma psicopedagógica, mas num sentido incondicionalmente obrigatório e universal.

Neste sentido, a religião não deve ser analisada a partir do critério de verdade que afasta, que separa, que divide. A religião, no contexto atual, deve ser pensada a partir do critério ético geral do humano. Daí não podermos prescindir dos resultados da Psicologia, da Pedagogia, da Filosofia, da Sociologia e da Ciência Jurídica.

As diferenças são profundas

Do ponto de vista religioso, budismo e cristianismo são, inegavelmente, duas tradições mundiais, completamente diferentes. É impossível alguém ser cristão e, ao mesmo tempo, budista, ou vice-versa. Seria misturar fogo com água. São caminhos de espiritualidade radicalmente diferentes, principalmente quando se tem em mente os paradigmas vigentes do cristianismo.

Na sua essência, o cristianismo, juntamente com o judaísmo e o islamismo, são classificados como religiões reveladas: em que Deus fala aos homens. Uma religião revelada é caracterizada pela livre comunicação salvadora que Deus faz de si mesmo ao homem pecador, em Cristo, pela comunicação pessoal e, ao mesmo tempo, comunitária (Igreja).

Já o budismo situa-se no grupo das religiões classificadas como salvíficas. São aquelas religiões portadoras dos meios de que o homem precisa para salvar-se dos sofrimentos presentes e conseguir a felicidade. Neste grupo encontram-se, além do budismo, o confucionismo, o taoísmo, o hinduísmo. Estas religiões, como o fizeram Zaratustra, alguns filósofos gregos e profetas judeus, que, espiritualizando e aprofundando o pensamento, abriram caminho a uma religiosidade, ao mesmo tempo pessoal e universal.

Seguindo a trilha da pesquisa junguiana

O cristianismo, fiel à tradição do pensamento religioso ocidental, considera o homem inteiramente dependente da graça de Deus ou da Igreja, na sua qualidade de instrumento terreno exclusivo da obra da redenção sancionado por Deus.

O homem é infinitamente pequeno, um quase nada, enquanto a graça de Deus é tudo. E esta graça vem de fora. Provém de uma outra fonte: Deus.

“O homem está sempre em falta diante de Deus”, como dizia Kierkegaard.

No cristianismo, o homem procura conciliar os favores de Deus mediante o temor, a penitência, as promessas, a submissão, a auto-humilhação, as boas obras e os louvores.

Deus é um totaliter alter, o totalmente outro, absolutamente perfeito e exterior, a única realidade existente.

“Se modificarmos um pouco a fórmula e em lugar de Deus colocarmos outra grandeza, como, por exemplo, o mundo, o dinheiro, teremos o quadro completo do homem ocidental zeloso, temente a Deus, piedoso, humilde, empreendedor, cobiçoso, ávido de acumular apaixonada e rapidamente toda a espécie de bens deste mundo tais como riqueza, saúde, conhecimentos, domínio técnico, prosperidade pública, bem-estar, poder político, conquistas etc. Quais são os grandes movimentos propulsores de nossa época? Justamente as tentativas de nos apoderarmos do dinheiro ou dos bens dos outros e de defendermos o que é nosso. A inteligência se ocupa principalmente em inventar ’ismos’ adequados para ocultar seus verdadeiros motivos ou para conquistar o maior número possível de presas.”

O budismo, seguindo a tradição oriental, sublinha o fato de que o homem é a única causa eficiente de sua própria evolução superior. Ao contrário do cristianismo, acredita na “auto-redenção”, ou seja, o homem é Buda e se salva por si próprio.

O budismo se baseia na realidade psíquica enquanto condição única e fundamental da existência. A psique é o elemento mais importante e todas as suas diferentes formas de manifestação se reduzem a ela. É a condição psicológica prévia e fundamental que impregna o homem em todas as fases de seu ser, determinando todos os seus pensamentos, ações e sentimentos.

O Caminho das oito vias

O Tantra é parte do Budismo Tibetano. É a compreensão do Caminho das oito vias.

Buda ensinou a seus discípulos que os extremos da vida deviam ser evitados, que o caminho do meio é a forma de chegar ao equilíbrio, ensinou ainda que, tanto o prazer extravagante ou a abnegação exagerada deviam ser evitados. Ambos os extremos provocam sofrimento.
Para Buda existem oito vias para romper com o sofrimento e levar ao caminho do meio e assim chegar a iluminação.

1. Visão Correta
A vida de cada pessoa está envolvida por crenças e hábitos desta e de existência passadas. Que é difícil desviar-nos completamente destas crenças, mas não impossível, porque além de sermos animais sociais, somos também animais racionais. Buda ensinou que a vida precisa de um projeto, de mapas em que a mente possa confiar, a energia de cada um deve ser dirigida a um propósito.

"Um elefante por mais perigo que corra, não fará nada para fugir até se assegurar de que o caminho que vai percorrer suportará o seu peso. Sem ter esta certeza, irá preferir a agonia à incerteza da queda".

O mesmo acontece com o ser humano, até que sinta que sua razão não esta satisfeita, ele não avança com firmeza em nenhuma direção. Assim, é necessária alguma orientação intelectual antes de se fazer algo com firmeza. Os ensinamentos sobre uma das "Quatro Nobres Verdades" fornecem esta condição. O sofrimento é provocado pelo desejo de satisfação pessoal. Esse desejo, ou anseio é refreado através do Caminho das Oito Vias.

2. Aspirações Corretas
Enquanto o primeiro passo nos leva a tomar decisões tendo em conta o problema básico da vida, o segundo conselho é deixar que os nossos corações sigam os seus desejos.

3. Linguagem Correta
É necessário estar atento. O primeiro aprendizado é usar a linguagem correta, estar ciente do poder que a linguagem de cada um pode revelar sobre a nossa personalidade. Ao invés de começarmos com a decisão de só dizermos a verdade, faremos melhor se recuarmos um pouco e pensarmos na quantidade de vezes que, durante o dia, nos desviamos da verdade e por que razão o fazemos. O homem deve abster-se da mentira, da bisbilhotice e das frivolidades e deve falar de forma verdadeira, amigável e atenciosa.

4. Conduta Correta
Antes de tentar ser melhor deveríamos entender o nosso comportamento. A conduta correta implica em não matar nenhum ser vivo, animal ou humano, não roubar, não se entregar a relações sexuais ilícitas ou licenciosas, não mentir e não usar drogas.

5. Atividade Correta
O progresso espiritual é impossível quando as ações pessoais são contraditórias. Para aqueles que buscam a libertação, não é suficiente a vontade, precisam dedicar toda a sua vida ao projeto de se tornarem livres dos conceitos e crenças errôneas. Atividade correta consiste em observar a própria conduta, dedicar-se a ocupações que promovam a vida ao invés de destruição.

6. Esforço Correto
Aquele que busca o caminho do meio não deve permitir a intervenção de pensamentos ou de estados de espírito destrutivos, e se estes já estiverem instalado, deverá buscar desviá-los, antes de seus efeitos visíveis.

7. Atenção Correta
Em um texto sagrado do Dhammapada, está escrito: "Tudo o que somos é o resultado daquilo que pensamos".
Buda considerava que a liberdade é a libertação que cada um pode alcançar dentro desta existência por meio do autoconhecimento, deixando de agir sempre dentro de atitudes inconsciente e automática. Isto é, estar atento aos pensamentos e sentimentos, perceber que eles chegam e saem e não constituem parte de nós. Devemos testemunhar os acontecimentos de forma reativa, olhando e vivenciando os estados de espírito e as emoções de forma a não condenar ou dar importância demasiada a nem uma delas.

8. Êxtase Correto

É estar atento ao controle completo sobre a mente e o corpo, neste ponto um praticante de Tantra estará pronto para entender a meditação.

As Quatro Nobres Verdades

1ª - A Nobre Verdade do Sofrimento

Nascimento é sofrimento, doença é sofrimento, morte é sofrimento, tristeza, lamentação, dor, pesar e desespero são sofrimento. Não ter o que se deseja é sofrimento, separação do que se deseja é sofrimento, união com o que não se deseja é sofrimento. Saudade é sofrimento, ser escravo de um passado já morto e um futuro inexistente é sofrimento. Ser presa fácil de estímulos exteriores de toda ordem é sofrimento. Quando sopram os ventos da sensibilidade nós vamos cegamente a sensualidade, quando sopram os ventos da raiva nós vamos cegamente a violência, quando sopram os ventos da agitação e preocupação nós vamos cegamente em direção a ansiedade e angústia, quando sopram os ventos da dúvida nós vamos cegamente ao ceticismo.
Todo sofrimento, assim como toda a nossa felicidade está na própria mente, pois nenhum inimigo nos poderá fazer tão infelizes quanto nossa mente mal dirigida. Também nenhum parente, seja pai, mãe ou irmão nos tornará tão felizes quanto nossa própria mente bem dirigida.
Em resumo, os cinco agregados da existência quando objetos de apego, isto é, quando tomados como “eu” e “meu” são sofrimento.
Os cinco agregados da existência são: corpo, sensações, percepções, consciência e formações mentais.

2ª - A Nobre Verdade da Causa do Sofrimento

Qual é a causa do sofrimento? é a ignorância, o desejo, o apego, a cobiça, o ódio, e a ilusão. Mas aonde o desejo e a ignorância surgem? aonde estão suas raízes? Aonde houver coisas deliciosas e agradáveis lá o desejo e ignorância surgem, lá eles têm as suas raízes.
Visão, audição, olfato, paladar, tato e a mente são deliciosos e agradáveis lá o desejo e a ignorância surgem, lá eles fincam raízes. Quando percebemos um objeto pela visão, se o objeto é agradável a pessoa é atraída e se é desagradável a pessoa o repele.
Então, seja qual for a sensação que experimente, se a pessoa o aprova e acha agradável então a sensação condiciona o desejo, e desejando a pessoa se apega ao objeto desejado. Então o desejo condiciona o apego. Quando a pessoa se apega ela irá agir pela palavra ou pelo o corpo para possuir o objeto desejado.
Deste modo, então o apego condiciona a ação (Karma) ou processo de vir a ser. O processo de vir a ser (ou existência) condiciona o nascimento.
Dependendo do nascimento, a decadência e a morte, tristeza e lamentação dor e pesar, ressentimento e desespero.
Assim surge essa imensa massa de sofrimento.

3ª - A Nobre Verdade da Extinção da Causa do Sofrimento

O que é a extinção do sofrimento? É a completa erradicação e desaparecimento da ignorância, desejo, apego, cobiça, ódio e ilusão e em conseqüência o abandono e libertação da ilusão do EU e do MEU.
Com a extinção da ignorância o desejo é extinguido.
Pela cessação do desejo cessa-se o apego.
Pela cessação do apego o processo de vir a ser ou as ações (Karma) é extinguido.
Pela cessação de vir a ser ou existência, o nascimento é extinguido.
Pela cessação do nascimento, a decadência e a morte, tristeza e a lamentação, dor pesar, ressentimento e desespero serão extinguidos.
Assim se dá a extinção de toda esta massa se sofrimento.

Nirvana 
Isso verdadeiramente é a paz, isto é, o mais elevado a saber o fim de todas as formações Kármicas, o abandono de todo substrato de ressarcimento, o fim da ignorância, do desejo, e apego, da cobiça, ódio e ilusão.

Encantado pelo desejo, irado pela cobiça, vendado pela ilusão, derrotado com a mente enganada, o homem, pela ignorância provoca a sua própria ruína, a ruína de outros e a ruína de ambos, e ele experimentará sofrimento mental e pesar. Mas se a ignorância e desejo e apego, cobiça, ódio, e ilusão forem abandonados, o homem não mais provocará a sua própria ruína, a ruína de outros, nem a ruína de ambos, não mais experimentando sofrimento mental e pesar.

Assim é o Nirvana, imediato, visível nesta vida, convidado, atrativo e compreensível apenas pelo sábio. A extinção completa, total e global, sem deixar qualquer vestígio da ignorância, desejo e apego, cobiça, ódio e ilusão, isto verdadeiramente é chamado de NIBBANA.

O Arahat (Monge)  -  O Santo Sábio e Iluminado 

E para o discípulo assim livre, em cujo coração reina a paz não há nada mais a ser acrescentado àquilo que ele já faz, nem nada mais resta para ele a fazer. Como uma sólida massa de rocha. Formas visuais ou sons, odores ou gostos, contatos de qualquer natureza, o desejável ou o indesejável, nada poderá fazê-lo entrar em vibração, inabalável está a sua mente. Foi ganha a libertação.

E ele que já atingiu o supremo equilíbrio e equanimidade à todas as coisas deste mundo, não é mais perturbado por nada, seja o que for. Ele está livre da raiva, da tristeza e da saudade, ele passou além do nascimento, decadência e morte.


4ª - Nobre Verdade da Senda que Leva à Extinção do Sofrimento

Os dois extremos e a Senda do meio. Os prazeres sensuais, o comum, o vulgar, o mundano, sem qualquer sentido para o progresso na Senda espiritual. Ou:
A mortificação do corpo que é dolorosa e também sem vantagem qualquer para a vida santa.
Ambos estes extremos, o iluminado evitou e descobriu a Senda Média, a qual propícia qualquer um ver e a compreender, leva à paz, ao discernimento, a iluminação e ao NIBBANA.

E qual é a Senda do Meio? É a nobre Senda Óctupla:


1) Palavra Correta
2) Ação Correta
3) Meio de Vida Correto
(Moralidade)




4) Esforço Correto
5) Plena Atenção Correta
6) Concentração Correta
(Concentração) 




7) Correta Compreensão
8) Correto Pensamento
(Sabedoria)

Apesar das diferenças, é imperativo o diálogo inter–religioso

Não obstante a radicalidade das diferenças, budismo e cristianismo são dois grandes caminhos de salvação que levam ao mesmo fim: a felicidade eterna. São dois caminhos que, muitas vezes, cruzam-se e sempre podem se enriquecer mutuamente.

Todos sabem que a relação de fraternidade é o primeiro e mais profundo dos laços existentes entre homens e mulheres, e que por isso a concórdia entre as religiões é condição prévia para a paz entre as nações. E não há concórdia entre as religiões se cada membro de uma religião trilha o seu próprio caminho de forma obstinadamente dogmática, fundamentalista, afirmando que a sua religião é a única verdadeira, que a fé que professa é superior às outras.

Budismo e cristianismo, ainda, nas suas diferenças e, consideradas em sua multidimensionalidade e universalidade, carregam imensurável riqueza histórica, filosófica e cultural. São parte e parcela da grande empresa coletiva de construção da sociedade humana. Ambas têm tentado levar os povos, cada uma com seus próprios métodos, a encontrar a distinção fundamentada entre verdadeiro e falso, amor, compaixão e ódio, solidariedade e egoísmo, tolerância e intolerância, moral e imoral, em todos os campos do pensar e do agir humanos.

No limiar do terceiro milênio, quem pratica uma religião com esta mentalidade, impregnada deste tipo de sentimento de intolerância, são pessoas desinformadas em relação a outros caminhos e sem compreensão, benevolência e amor para com os outros. A capacidade de diálogo é possibilidade de paz.


O primeiro colóquio inter–religioso

Abrindo perspectivas para o diálogo entre as grandes tradições religiosas, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) deu um importante passo, entre 8 e 10 de fevereiro de 1989, quando realizou o que chamou de colóquio inter–religioso entre hinduísmo, confucionismo, budismo, judaísmo, cristianismo, islamismo e religiões da África. O critério fundamental adotado foi o humanum — a dignidade humana, os verdadeiros valores humanos como critério universal, a interação dialética entre religião e humanidade, a possibilidade do consenso inter–religioso.

Foram as seguintes as conclusões daquele significativo diálogo:

a) A verdadeira humanidade é uma condição prévia da verdadeira religião. Ou seja, o humanum (o respeito pela dignidade humana e pelos seus valores fundamentais) é um requisito mínimo relativamente a qualquer religião; no mínimo, deve existir humanidade (é um critério mínimo), quando se pretende pôr em prática a verdadeira religião.

b) A religião verdadeira é a perfeição da verdadeira humanidade. Ou seja: a religião (enquanto expressão de um sentido transcendente, de valores elevados, de uma vinculação incondicional) constitui a condição prévia ideal para a realização do humanum: a religião (trata-se de um critério máximo) tem justamente de estar presente, sempre que se pretender pôr em prática os valores humanos como verdadeira forma de vinculação universal absoluta.



Religião e paradigma

“Todo esforço é produtivo, quando metódico e continuado!”, canta o excelente Renato Russo.

A presente exposição seguirá a perspectiva ontogenético-descritiva, com uma abordagem tópico-temática, visando-se realizar uma rápida análise da atual situação religiosa do budismo e do cristianismo, aplicando-se, como o fez, eficazmente, o filósofo e teólogo Hans Küng, no domínio da História das Religiões, a teoria dos paradigmas desenvolvida por Thomas S. Kuhn, no campo das Ciências Naturais.

Na definição de Thomas Kuhn, paradigma é uma “constelação de convicções, valores e técnicas. Uma constelação universal, una, consciente-inconsciente”.

Os paradigmas determinam a economia, o direito, a política, a ciência, a arte, a cultura, toda a sociedade.

No caso da religião, por exemplo, o budismo primitivo da Índia, o cristianismo medieval, o Budismo Mahayana e suas diversas escolas são paradigmas.

Para tornar clara a distinção entre paradigma e religião, eis alguns exemplos: uma pessoa, por exemplo, é adepta do BudismoTibetano e converte-se ao Budismo de Nitiren Daishonin. Neste caso, essa pessoa mudou de paradigma, não de religião. Outra, era católica e converteu-se à Igreja Evangélica Luterana, também não mudou de religião, apenas de paradigma. Outra, ainda, era membro da Igreja Presbiteriana e converteu-se ao Budismo de Nitiren Daishonin. Neste caso, mudou de religião.

Religião - Em busca da Transcedência

O QUE É RELIGIÃO? QUAL A DIFERENÇA DE SEITA?

MITOLOGIA É RELIGIÃO? O QUE É HERESIA?

RELIGIÃO deriva do termo latino "Re-Ligare", que significa "religação" com o divino. Essa definição engloba necessariamente qualquer forma de aspecto místico e religioso, abrangendo seitas, mitologias e quaisquer outras doutrinas ou formas de pensamento que tenham como característica fundamental um conteúdo Metafísico, ou seja, de além do mundo físico.

Sendo assim o hábito, geralmente por parte de grupos religiosos de taxarem tal ou qual grupo religioso rival de seita, não têm apoio na definição do termo.

SEITA, derivado da palavra latina "Secta", nada mais é do que um segmento minoritário que se diferencia das crenças majoritárias, mas como tal também é religião.

HERESIA é outro termo mal compreendido. Significa simplesmente um conteúdo que vai contra a estrutura teórica de uma religião dominante. Sendo assim o Cristianismo foi uma Heresia Judáica assim como o Protestantismo uma Heresia Católica, ou o Budismo uma Heresia Hinduísta.

A MITOLOGIA é uma coleção de contos e lendas com uma concepção mística em comum, sendo parte integrante da maioria das religiões, mas suas formas variam grandemente dependendo da estrutura fundamental da crença religiosa. Não há religião sem mitos, mas podem existir mitos que não participem de uma religião.

MÍSTICA pode ser entendida como qualquer coisa que diga respeito a um plano sobre material. Um "Mistério".

PRESENÇA DA RELIGIÃO EM TODA A CULTURA HUMANA

Não há registro em qualquer estudo por parte da História, Antropologia, Sociologia ou qualquer outra "ciência" social, de um grupamento humano em qualquer época que não tenha professado algum tipo de crença religiosa. As religiões são então um fenômeno inerente a cultura humana, assim como as artes e técnicas.

Grande parte de todos os movimentos humanos significativos tiveram a religião como impulsor, diversas guerras, geralmente as mais terríveis, tiveram legitimação religiosa, estruturas sociais foram definidas com base em religiões e grande parte do conhecimento científico, "filosófico" e artístico tiveram como vetores os grupos religiosos, que durante a maior parte da história da humanidade estiveram vinculados ao poder político e social.

Hoje em dia, apesar de todo o avanço científico, o fenômeno religioso sobrevive e cresce, desafiando previsões que anteveram seu fim. A grande maioria da humanidade professa alguma crença religiosa direta ou indiretamente e a Religião continua a promover diversos movimentos humanos, e mantendo estatutos políticos e sociais.

Tal como a Ciência, a Arte e a Filosofia, a Religião é parte integrante e inseparável da cultura humana, é muito provavelmente sempre continuará sendo.

TIPOS DE RELIGIÕES

Há várias formas de religião, e são muitos os modos que vários estudiosos utilizam para classificá-las. Porém há características comuns às religiões que aparecem com maior ou menor destaque em praticamente todas as divisões.

A primeira destas características e cronológica, pois as formas religiosas predominantes evoluem através dos tempos nos sucessivos estágios culturais de qualquer sociedade.

Outro modo é classificá-las de acordo com sua solidez de princípios e sua profundidade filosófica, o que irá separá-las em religiões com e sem Livros Sagrados.

Pessoalmente como um estudioso do assunto, prefiro uma classificação que leva em conta essas duas características, e divide as religiões nos seguintes 4 grandes grupos distintos.


PANTEÍSTAS

POLITEÍSTAS

MONOTEÍSTAS

ATEÍSTAS


Nessa divisão há uma ordem cronológica. As Religiões PANTEÍSTAS são as mais antigas, dominando em sociedades menores e mais "primitivas". Tanto nos primórdios da civilização mesopotâmica, européia e asiática, quanto nas culturas das Américas, África e Oceania.

As Religiões POLITEÍSTAS por vezes se confundem com as Panteístas, mas surgem num estágio posterior do desenvolvimento de uma cultura. Quanto mais a sociedade se torna complexa, mais o Panteísmo vai se tornando Politeísmo.

Já as MONOTEÍSTAS são mais recentes, e atualmente as mais disseminadas, o Monoteísmo quantitativamente ainda domina mais de metade da humanidade.

E embora possa parecer estranho, existem religiões ATEÍSTAS, que negam a existência de um ser supremo central, embora possam admitir a existência de entidades espirituais diversas. Essas religiões geralmente surgem como um reação a um sistema religioso Monoteísta ou pelo menos Politeísta, e em muitos aspectos se confunde com o Panteísmo embora possua características exclusivas.

Essa divisão também traça uma hierarquia de rebuscamento filosófico nas religiões. As Panteístas por serem as mais antigas, não têm Livros Sagrados ou qualquer estabelecimento mais sólido do que a tradição oral, embora na atualidade o renascimento panteísta esteja mudando isso. Já as politeístas muitas vezes possuem registros de suas lendas e mitos em versão escrita, mas Nenhuma possui uma REVELAÇÃO propriamente dita. Isto é um privilégio do Monoteísmo. TODAS as grandes religiões monoteístas possuem sua Revelação Divina em forma de Livro Sagrado. As Ateístas também possuem seus livros guias, mas por não acreditarem num Deus pessoal, não tem o peso dogmático de uma revelação divina, sendo vistas em geral como tratados filosóficos.

Vejamos alguns quadros comparativos.


ÉPOCAS DE SURGIMENTO E PREDOMÍNIO.

PANTEÍSMO:

As mais antigas, remontando a pré-história onde tinham predominância absoluta, e também presentes em muitos dos povos silvícolas das Américas, África e Oceania.

POLITEÍSMO:

Surgem num estágio posterior de desenvolvimento social, tendo sido predominantes na Idade Antiga em todo o velho mundo, e mesmo nas civilizações mais avançadas das Américas pré-colombianas.

MONOTEÍSMO:

Mais recentes, surgindo a partir do último milênio aC e predominando da Idade Média até a atualidade.

ATEÍSMO:

Surgem a partir do século V aC, tendo vingado somente no Oriente e no Ocidente ressurgindo somente após a renascença numa forma mais filosófica que religiosa.

Neo PANTEÍSMO:

Embora possuam representantes em todos os períodos históricos, popularizam-se ou surgem a partir do século XVIII.





BASE LITERÁRIA

PANTEÍSMO:

Próprias de culturas ágrafas, não possuem em geral qualquer forma de base escrita, sendo transmitidas por tradição oral.

POLITEÍSMO:

Nas sociedades letradas possuem frequentemente registros literários sobre seus mitos, e mesmo nas ágrafas possuem tradições icônicas mais elaboradas.

MONOTEÍSMO:

Possuem Livros Sagrados definidos e que padronizam as formas de crença, servindo como referência obrigatória e trazendo códigos de leis. São tidos como detentores de verdades absolutas.

ATEÍSMO:

Possuem textos básicos de conteúdo predominantemente filosófico, não possuindo entretanto força dogmática arbitrária ainda que sendo também revelados por sábios ou seres iluminados.

Neo PANTEÍSMO:

Seus textos são em geral filosóficos, embora possuam mais força doutrinária, não incorrendo porém em dogmas arbitrários.





MITOLOGIA

PANTEÍSMO:

Deus é o próprio mundo, tudo está interligado num equilíbrio ecossistêmico e místico. Crê-se em espíritos e geralmente em reencarnação, é comum também o culto aos antepassados. Procura-se manter a harmonia com a natureza, e o mundo comummente é tido como eterno.

POLITEÍSMO:

Diversos deuses criaram, regem e destroem o mundo. Se relacionam de forma tensa com os seres humanos, não raro hostil. As lendas dos deuses se assemelham a dramas humanos, havendo contos dos mais diversos tipos.

MONOTEÍSMO:

Um Ser transcendente criou o mundo e o ser humano, há uma relação paternal entre criador e criaturas. Na maioria dos casos um semi-deus se rebela contra o criador trazendo males sobre todos os seres. Messias são enviados para conduzir os povos, profetiza-se um evento renovador violento no final dos tempos, onde a ordem será restaurada pela divindade.

ATEÍSMO:

O Universo é uma emanação de um princípio primordial "vazio", um Não-Ser. Crê-se na possibilidade de evolução espiritual através de um trabalho íntimo, crê-se em diversos seres conscientes dos mais variados níveis, e geralmente em reencarnação.

Neo PANTEÍSMO:

Acredita-se em geral no Monismo, um substância única que permeia todo o Universo num Ser único. São em geral reencarnacionistas e evolutivas. A desatribuição de qualidades do Ser supremo por vezes as confunde com o Ateísmo.





SÍMBOLOS

PANTEÍSMO:

Utilizam no máximo totens e alguns outros fetiches, é comum o uso de vegetais, ossos, ou animais vivos ou mortos.

POLITEÍSMO:

Surgem os ídolos zoo ou antropomórficos na forma de pinturas e esculturas em larga escala. A simbologia icônica se torna complexa em alguns casos resultando em formas de escrita ideográfica.

MONOTEÍSMO:

O Deus supremo geralmente não possui representação visual, mas os secundários sim. Utilizam símbolos mais abstratos e de significados complexos.

ATEÍSMO:

O Não-Ser supremo não pode ser representado, mas há muitas retratações dos seres iluminados. Há vários símbolos representativos da natureza e metafísica do Universo.

Neo PANTEÍSMO:

Diversos símbolos e mitos de diversas outras religiões são resgatados e reinterpretados, também não há representação específica do Ser Supremo mas pode haver de outros seres elevados.





RITUAIS

PANTEÍSMO:

Geralmente ligados a natureza e ocorrendo em contato com esta. É comum o uso de infusões de ervas, danças, oráculos e cerimônias ao ar livre.

POLITEÍSMO:

Passam a surgir os templos, embora em geral não abandonem totalmente os rituais ao ar livre. Em muitos casos ocorrem os sacrifícios humanos, oráculos e as feitiçarias de controle ambiental.

MONOTEÍSMO:

Geralmente restritas ao templos, as hierarquias ritualistas são mais rígidas, não há oráculos pessoais mas sim profecias generalizadas com base no livro sagrado. Não há rituais de controle ambiental.

ATEÍSMO:

Embora ainda comuns nos templos são também frequentes fora destes. Desenvolvem-se técnicas de concentração, meditação e purificação mais específicas, baseadas antes de tudo no controle dos impulsos e emoções.

Neo PANTEÍSMO:

Em geral baseados no uso de "energias" da natureza. Não mais têm influência nos processos civis, sendo restritos a curas, proteção contra ameaças físicas e extrafísicas.





EXEMPLOS

PANTEÍSMO:

Religiões silvícolas, xamanismo, religiões célticas, druidismo, amazônicas, indígenas norte americanas, africanas e etc.

POLITEÍSMO:

Religião Grega, Egípcia, Xintoísmo, Mitologia Nórdica, Religião Azteca, Maia etc.

MONOTEÍSMO:

Bhramanismo, Zoroastrismo, Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, Sikhismo.

ATEÍSMO:

Orientais: Taoísmo, Confucionismo, Budismo, Jainismo.
Ocidentais: Filosofias NeoPlantônicas, Ateísmo Filosófico (Não Religioso)

Neo PANTEÍSMO:

Espiritsmo Kardecista*, Racionalismo Cristão, Neo-Gnosticismo, Teosofia, Wicca, "Esotéricas", etc.


*Apesar do Kardecismo não se considerar Panteísta e sim antes Monoteísta.

PANTEÍSMO

As religiões primitivas são PANTEÍSTAS, acredita-se num grande "Deus-Natureza". Todos os elementos naturais são divinizados, se atribuí "inteligências" espirituais ao vento, a água, fogo, populações animais e etc.

Há uma clara noção de equilíbrio ecossistêmico, onde é comum ritos de agradecimento pelas dádivas naturais e pedidos às divindades da natureza, em alguns casos requisitando autorização mesmo para o consumo da caça que embora tenha sido obtida pelo esforço humano, seria na verdade permitida, se não ofertada, pelos entes espirituais.

A relação de dependência do ser humano com o ecossistema é clara, assim como a de parentesco e de submissão. As entidades elementais da natureza estão presentes em toda a parte, conferindo a onisciência do espírito divino. Embora haja a tendência da predominância de um presença mística feminina, a "mãe-terra", o elemento masculino também é notável a partir do momento que os seres humanos passam a compreender o papel do macho na reprodução. Ocorre então a presença de dois elementos divinos básicos, o Feminino e Masculino universal.

É um domínio de pensamento transcendente, mais compatível com a subjetividade e a síntese, não sendo então casual que este seja o tipo religioso onde as mulheres mais tenham influência. A presença de sacerdotisas, bruxas e feiticeiras é em muitos casos, muito mais significativa que a de seus equivalentes masculinos.

Todas essas religiões são ágrafas, sem escrita, com exceção é claro dos NeoPanteísmos contemporâneos. Portanto são as mais envoltas em obscuridade e mistérios, não tendo deixado nenhum registro além da tradição oral e de vestígios arqueológicos.

POLITEÍSMO

Com o tempo e o desenvolvimento as necessidades humanas passam a se tornar mais complexas. A sobrevivência assume contornos mais específicos, o crescimento populacional hipertrofiado graças a tecnologia que garante maior sucesso na preservação da prole e da longevidade, gera um série de atividades competitivas e estruturalistas nas sociedades, que se tornam cada vez mais estratificadas.

Nesse meio tempo a influência racional em franca ascensão tenta decifrar as transcendentes essências espirituais da natureza. Surge então o POLITEÍSMO, onde os elementos divinos são então personificados com qualidades cada vez mais humanas. O que era antes apenas a Água, um ser de essência espiritual metafísica e sagrada, agora passa a ser representada por uma entidade antropomórfica ou zoomórfica relacionada a água.

No princípio as características dessas divindades não são muito afetadas, mas com o tempo, a imaginação humana ou a tentativa de se adequar as religiões às estruturas sociais, elas ficam cada vez mais parecidas com os seres humanos comuns, surgindo então entre os deuses relacionamentos similares aos humanos inclusive com conflitos, ciúmes, traições, romances e etc. E cada vez mais os deuses perdem características transcendentes até que a "degeneração" chegue a ponto destes se relacionarem sexualmente com seres humanos, o que significa a perda da natureza metafísica, da característica invisível, ou mais, de haver relações físicas e pessoais de violência entre humanos e divindades, sem qualquer caráter transcendente.

Em muitos casos é difícil distinguir com clareza se determinadas religiões são Pan ou Politeístas. Mesmo no estágio Panteísta por vezes pode-se identificar com muita evidência algumas personificações das entidades divinas, mas algumas características como as citadas no parágrafo anterior são exclusivas do politeísmo. É possível que os elementos que contribuam ou realizem essa transição sejam o Animismo, Fetichismo e Totemismo.

Ocorre também uma relativa equivalência entre deidades femininas e masculinas, embora as masculinas mostrem sinais de predominância a medida que o sistema de crenças se torne mais mundano, características de uma fase mais racional e técnica onde muitas vezes a religião politeísta caminha junto com filosofias da natureza.

É sempre nesse estágio também que as sociedades desenvolvem escrita, ou pelo menos passa a utilizar símbolos abstratos e códigos visuais mais elaborados, no caso do politeísmo asiático, egípcio e europeu por exemplo, evoluiu para um sistema de escrita complexo.

Muitas destas religiões têm então, narrativas de seus mitos em forma escrita, mas tais não possuem o valor e a significância de uma Revelação propriamente dita.

Num estágio final tende a ocorrer o fenômeno da Monolatria, onde a adoração se concentra numa única divindade, o que pode ser o ponto de partida para o Monoteísmo.

MONOTEÍSMO

Chega um momento onde o Politeísmo está tão confuso, que parece forçar o "inconsciente coletivo", ou a "intuição global" a buscar uma nova forma de crença. Alguém precisa pôr ordem na casa, surge então um poderoso Deus que acaba com a confusão e se proclama como o Único soberano. Acabam-se as adorações isoladas e hierarquiza-se rigidamente as deidades, de modo a se submeter toda a autoridade do universo a um ente máximo.

O MONOTEÍSMO não é a crença em uma única divindade, mas sim a soberania absoluta de uma. A própria teologia judáico-cristã-islâmica adota hierarquias angélicas que são inclusive encarregadas de reger elementos específicos da natureza.

Um elemento que caracteriza mais claramente o MONOTEÍSMO mais específico, Zoroastrista, Judáico, Cristão, Islâmico e Sikh, é antes de tudo a ausência ou escassez de representações icônicas do Deus supremo, e sua desatribuição parcial de qualidades humanas, nem sempre bem sucedida. Já as entidades secundárias são comumente retratadas artisticamente.

A própria mitologia grega através da Monolatria, já estaria a dar sinais de se dirigir a um monoteísmo similar ao que chegou a religião Hindu, ou a egípcia com a instituição do deus único Akhenaton, embora ainda impregnadas fortemente de Politeísmo a até de reminiscências Panteístas no caso do Bhramanismo. Zeus assomava-se cada vez mais como o regente absoluto do universo. Entretanto um certo obstáculo teológico impedia que tal mitologia atingisse um estágio sequer semi-Monoteísta. Zeus é filho de Chronos, neto de Urano, essa descendência evidencia sua natureza subordinada ao tempo, ele não é eterno ou sequer o princípio em si próprio, que é uma característica obrigatória de um Deus Uno e absoluto como Bhraman ou Jeová.

Um fator complicador é que todas essas religiões apesar de seu princípio Uno, são também Dualistas, pois contrapõem um deus do Bem contra um do Mal. Entretanto não se presta "Sob Hipótese Alguma!", qualquer culto ao deus maligno, como ocorre nas Politeístas. Saber se o deus maligno está ou não sujeito afinal ao deus supremo é uma discussão que vem rendendo há mais de 3.000 anos.

Diferente do estado Panteísta original não ocorre harmonia entre os opostos, e um deles passa a ser privilegiado em detrimento do outro. Sendo assim onde antes ocorria a divinização dos aspectos Masculinos e Femininos do Universo, e a sacralidade da união, aqui ocorre a associação de um com o maligno, fatalmente do elemento Feminino uma vez que todas as religiões monoteístas surgiram na fase patriarcal da humanidade.

O Bhramanismo sendo o mais antigo, ainda conserva qualidades tais como veneração a manifestações femininas da divindade, não condena a relação sexual e ainda detém a crença reencarnacionista que é uma quase constante no Panteísmo. Do Politeísmo guarda toda um miríade de deuses personificados, com estórias bastante humanas que envolvem conflitos e paixões. Mas a subordinação a um Uno supremo, no caso representado pela trindade Bhrama-Vinshu-Shiva, é clara. O panteão anterior Hindu foi completamente absorvido pelo monoteísmo Bhraman, e conservou até mesmo a deusa Aditi, que outrora fora a divindade suprema.

Já os monoteísmos posteriores, mais afastados do fenômeno panteísta, entram em choque mais evidente com o Politeísmo que geralmente está em estado caótico. Ocorre um abafamento da religião anterior pela nova e seu caráter patriarcal e associado a violência, especialmente a partir do Judaísmo, se impõe de forma opressiva. As divindades femininas são erradicadas ou demonizadas, sendo então obrigatoriamente associadas ao elemento maligno do universo. Esse fenômeno acompanha a queda da condição social feminina na sociedade.

Embora as teologias monoteístas, especialmente na atualidade, se esforcem para afirmar o contrário, o deus único Hebreu, Cristão e Islâmico, basicamente o mesmo, assim como o do anterior Zoroastrismo e posterior Sikhismo, são nitidamente masculinos, aparentemente renegando o aspecto feminino divino do universo, mas na verdade o absorvendo, uma vez que ao contrário de deuses "supremos" Politeístas como Zeus, Osíris e Odin, eles são carregados de atribuições de amor e compaixão, embora ainda conservem sua Ira divina e seus atributos violentos, o que resulta em entidades complexas, que possuem aspectos paternos e maternos simultâneamente.

Tal como a própria emocionalidade, esse é o período mais contraditório da evolução do pensamento Teológico. Apesar de estar sob o domínio de uma característica de predominância subjetiva, é o momento onde as sociedades se mostraram paradoxalmente mais androcráticas. Os elementos femininos são absorvidos pelo Deus Único dando a ele o poder de atrair e seduzir as massas pela sua bondade, mostrando sua face benevolente, mas por outro lado a espada da masculinidade está sempre pronta a desferir o golpe fatal em quem se opuser a sua soberania.

Tal união, confere aos deuses monoteístas um poder supremo inigualável, e tal contradição, tal desarmonia intrínseca, resultou não por acaso no período religiosamente mais violento da história. As religiões monoteístas, especialmente o trio Judaísmo-Cristianismo-Islamismo, são as mais intolerantes e sanguinárias da história.

ATEÍSMO

As religiões aqui caracterizadas como Ateístas negam simplesmente a existência de um Ser Supremo central, que tudo tenha criado e a tudo controle, e talvez seja nesse grupo que se sinta mais radicalmente a ruptura entre Ocidente e Oriente, mas basicamente o Ateísmo religioso tende a funcionar da seguinte forma.

Se o Monoteísmo tenta acabar com o "pandemonium" Politeísta e estabelecer uma nova ordem por algum tempo, acaba por também se mundanizar. As autoridades religiosas interferindo fortemente na política e na estruturação social, enfraquecem como símbolos transcendentes. A inflexibilidade fundamentalista do sistema se revela injustificável ante a problemática social e as conquistas e descobertas filosóficas e científicas e num dado momento o sentimento de descrença é tal que deixa-se de acreditar num deus. Surge o ATEÍSMO.

Esse é o ponto crucial, a razão pela qual de fato não acredito que existam Ateus no sentido mais profundo do termo, no máximo "agnósticos".

Geralmente o ateu não é aquele que desacredita do "invisível", de qualquer forma de Téos, mas sim o que descrê dos deuses personificados e corrompidos. Afinal até o mais materialista e cético dos cientistas trabalha com forças invisíveis! Fenômenos da natureza ainda inexplicáveis.

Gravitação Universal, Lei de Entropia, Mecânica Quântica e etc. não podem ser vistas! Apenas seus efeitos. Tal como sempre se alegou com relação aos deuses.

No que se refere a uma visão do Princípio, não creio fazer diferença acreditar que um corpo é atraído para o centro da Terra por uma força invisível da natureza ou pela vontade de um deus também invisível. Há apenas uma maior compreensão racional do fenômeno, com maiores resultado práticos, mas de um modo ou de outro, a explicação possui um certo caráter de fé, tão racionalmente satisfatório para o cientista quanto para o religioso, capaz de explicar com clareza o funcionamento do mundo e mesmo quando isso não ocorre, admiti-se como mistérios divinos, ou causas científicas ainda desconhecidas.

No caso do Oriente, o Ateísmo religioso surge principalmente na Índia, sob a forma do Budismo e do Jainísmo, e na China, sob o Taoísmo e o Confucionismo. Todas essas religiões possuem textos base com certo grau de respeitabilidade mística ou filosófica, mas o grau de liberdade com que se pode reinterpretar ou mesmo discordar destes textos é incomparável em relação aos livros sagrados Monoteístas.

E nesse nível que muitas posturas passam a ser desconsideradas como religiões, sendo tidas em geral como filosofias. No Ocidente, tal movimento ocorreu também na Grécia Antiga, através de Filósofos da Natureza que estabeleciam como princípio primário universal alguma "substância" completamente impessoal. Mais especificamente, Aristóteles colocava o MOTOR IMÓVEL como o princípio primário, e PLOTINO, estabelecia o UNO. Porém essa breve ascensão do Ateísmo filosófico e científico ocidental foi logo minada pelo sucesso do Monoteísmo cristão.

O Ateísmo no Ocidente só surgiu novamente após a renascença, no Iluminismo, onde outras formas filosóficas se desenvolveram, mas a mistura destas com os Neo Panteísmos e o avanço científico em geral resulta num quadro difícil de se diferenciar.

Mas o ponto mais complexo na verdade, e que Ateísmo e Panteísmo se confundem.

Religiões ATEÍSTAS e NEO-PANTEÍSTAS

As religiões Ateístas não crêem numa entidade suprema central, mas pregam a interdependência harmônica do Universo, da mesma forma que o Panteísmo.

Pregam a harmonia dos opostos como Yin e Yang, da mesma forma que a harmonia entre a Deusa e o Deus no Panteísmo, e constantemente adotam um posição de neutralidade em relação aos eventos.

Provavelmente não por acaso TAOÍSMO e BUDISMO são as mais avançadas das grandes religiões num sentido metafísico, racional e mesmo científico. São imunes a contestação racional pois seus conceitos trabalham num plano mais abstrato mas ao mesmo tempo capaz de explicar a realidade, e fartos de paradoxos escapistas, sendo extremamente mais flexíveis que as religiões monoteístas por exemplo. Não há casos significativos de atrocidades cometidas em nome destas religiões em larga escala como as monoteístas ou nas politeístas monolátricas.

Porém, barreiras intransponíveis impedem que essas religiões sejam nesse esquema de divisão, classificadas como Panteístas. TAOÍSMO e CONFUCIONISMO que são chinesas equanto o BUDISMO e o JAINISMO Indianos, são religiões letradas. Possuem seus escritos fundamentais como os Sutras Budistas, o Tao Te-King Taoísta e os Anacletos Confucianos e os textos dos Tirthankaras Jainistas. Todas possuem seus mentores, Buda, Lao-Tsé, Confúcio e Mahavira. E todas são muito desenvolvidas filosoficamente, por vezes sendo consideradas não religiões, mas filosofia. Todas essas características inexistem no Panteísmo primitivo.

Portanto isso me leva a classificá-las como RELIGIÕES ATEÍSTAS, por declararem a inexistência de um Ser Supremo. Pelo contrário, o TAO ou o NIRVANA, o centro de todo o Universo segundo o Taoísmo e Confucionismo, e o Budismo, são uma espécie de Vazio, um Não-Ser.

Já o Neo-Panteísmo possui sim seus textos. É o caso do Espiritismo Kardecista, do Bahaísmo, do Racionalismo Cristão e etc. Embora muitos insistam em negar-se como Panteístas se inclinando para o Monoteísmo, porém uma série de fatores a distanciam muito deste grupo. Tais como:

A ênfase atenuada dada ao livro base da doutrina, que embora seja uma revelação, não tem o mesmo peso dogmático e em geral se apresenta de forma predominantemente racional. A postura passiva e não proselitista, e muito menos violenta, do Monoteísmo tradicional. A caraterização de seu fundador que mesmo sendo dotado de dons supra-naturais, não reivindica deificação e nem mesmo reverência especial. E o mais importante, diferenciando-as principalmente do Monoteísmo "Ocidental", o tratamento totalmente diferenciado dado a questão da existência do "Mal". Esses são alguns exemplos que tendem a afastar essas novas religiões, que prefiro agrupar na categoria Neo-Panteísmo, do grupo das Monoteístas.

PANTEÍSMO

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Deus é Tudo

POLITEÍSMO

=>

Deus é Plural

MONOTEÍSMO

=>

Deus é Um

ATEÍSMO


=>

Deus é Nada


Evidentemente, afirmar que DEUS é TUDO é muito similar a afirmar que é NADA. O ZERO é tão imensurável e incalculável quanto o INFINITO. Eles não podem ser medidos ou divididos, assim como não se divide por eles.

Vale lembrar que não se pode também rotular tal ou qual religião como meramente Pan, Poli ou Monoteísta. Muitas passaram pelas várias fases nem sempre de maneira perceptível e consensual. O próprio Budismo tem várias escolas bastante diferentes entre si, e mesmo o Cristianismo tem suas variantes com direito a reencarnação e sexo tântrico, e cujas atribuições de Deus o afastam das características monoteístas. Mas o processo macro, inconsciente, me parece ser esse! O de fases "psicohistóricas" que vão na forma:

?-PANTEÍSMO-POLITEÍSMO-MONOTEÍSMO-ATEÍSMO-?PANTEÍSMO

Outro ponto importante é que jamais uma dessas formas religiosas deixou de existir totalmente, principalmente na atualidade onde a intolerância religiosa não é mais "tolerada" na maior parte do mundo. Esses tipos de religiões se misturam e se confundem, o que explica porque qualquer tentativa de se classificar as religiões é tão complexa.

Até mesmo essa divisão esquemática apresenta problemas, como a notável diferença entre o Monoteísmo "Ocidental", Judaísmo-Cristianismo-Islamismo, fortemente interligadas, o Monoteísmo Oriental, Hindu, Bhramanismo e Sikhismo, e o sempre complexo Zoroastrismo, de características fortemente Maniqueistas, o que viria por vezes a suscintar a questão de se o Maniqueísmo, que tem forte influência sobre o Gnosticismo e o Catolicismo, poderia ser considerado Monoteísta.

SÍMBOLOS

O mantra sagrado "OM" ou "AUM" Hindu. Representa o "Som" primordial.

A Roda do DHARMA budista, ou "Roda da Vida".

O Tei-Gi do Taoísmo. Simbolizando a interdependência dos princípios universais Yin e Yang.

A estrela de Davi. Um dos símbolos do Judaísmo e do estado de Israel.

A cruz do Cristianismo. Encruzilhada entre o material e o espiritual.

A Lua e Estrela Muçulmana, oriunda de um dos mais antigos estados a adotar o Islã.

Nenhuma religião em especial mas algumas igrejas protestantes costumam usar um livro como símbolo.