segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Não confie em alguém que beija com olhos abertos


Vivemos em uma sociedade estranha. E isto é um fenômeno irreversível com o qual temos que nos acostumar. Não que eu seja uma pessoa pessimista, em absoluto. Sou uma pessoa realista e sei que o que digo é verdade. Também não vou usar de nostalgia barata para afirmar que no passado as coisas eram perfeitas, porque não eram.

Assim como hoje, no pretérito as pessoas também se xingavam e se humilhavam. Também brigavam e se amavam. Faziam, então, as mesmas coisas que ainda fazem. O ser humano, tanto ontem quanto hoje, sempre viveu em guerra. Seja uma briga contra um país, seja contra um vizinho, nada mudou. Algumas coisas melhoraram, é verdade, como a tecnologia, o computador e a internet, que, sabendo usar direito, funciona como um instrumento eficaz na luta contra a monotonia do ser e a mesmice da vida. Outras coisas, contudo, pioraram, como o clima. Mas, no mais, tudo continua no mesmo lugar.

Como diria Belchior, “nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam não (…) nós ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”.

Todo esse discurso da humanidade para que então?

Acontece, que, apesar de ser realista, me curvo ao otimismo de achar que ainda há um mínimo de esperanças. Me contradigo? Talvez! Mas, ainda há uma saída! É na origem da maioria dos problemas que enxergo essa luz no fim do túnel: o beijo na boca com os olhos abertos

Logicamente que o os olhos abertos no beijo é apenas uma metáfora para dizer que o ser humano não confia mais em ninguém, não se entrega mais, não se doa. E é isso, a falta de confiança, ou a sua minimização, a causa de vários fatores de risco à sociedade. Sem essa palavra tão forte e ao mesmo tempo tão delicada, não há respeito, tolerância, amizade. Não há, portanto, generalizando, amor. E é a falta de amor que cria essa sociedade estranha, que falei há pouco.

Simplifico tudo no beijo na boca. Não dá para se entregar à pessoa amada, ou mesmo apenas a um(a) ficante, de olhos abertos. Isso, além de ser falta de educação, é excesso negativo de confiança.

E como corolário disso, e, paradoxalmente, não devemos nunca confiar em quem beija de olhos abertos. Essas pessoas são o resumo de todo o mal do mundo moderno.

Só teremos uma saída para a humanidade quando aprendermos a confiar uns nos outros. E isso começa com as coisas mais simples, como o beijo. Portanto, beijar com os olhos abertos deve ser piamente combatido nas escolas, nas ruas, nas casas, nos prostíbulos e demais locais, como praças e outros preferidos dos amantes. Aí sim deixaremos de ter um mundo esquisito e no futuro falaremos com a nostalgia do passado, só que dessa vez sem distorcer o mesmo.

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